quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Ponte em verso




No seu lugar
O sol surge todos os dias
Junto com as ondas
Que levam as pessoas de outros cantos
Para outros cantos


Por aqui
O sol se esconde entre prédios
As pessoas correm com o tempo
Esfregam constantemente as mãos
Tomam café e comemoram em mesas
É a vida frenética noturna

Se sol e cinza se casassem
Seria um acontecimento sublime
Arvores espalhando flores
Em casas e apartamentos se ouviria o sopro do vento
Sua janela seria uma porta
Para um novo verso

sábado, 19 de setembro de 2009

Crônica de um Nome

Era uma vez um nome. Certo dia, vogais e consoantes resolveram trair o conjunto das letras que formavam as palavras e desde então as coisas nunca mais foram as mesma ( acredite). Pois se antes as coisas já estavam fora dos eixos , agora e como se pequenos sinais gráficos modificassem completamente o rumo dos acontecimentos de existência daquelas pessoas que precisam usar aquelas letras e alfabetos.

A Comissão da Ordem do Equilíbrio, em rigor desde a queda de Babel, tentou em vão descobrir quem ou quais as letras, foram as responsáveis por esse ato de vandalismo. Mas já estava feito, era algo que não teria mais volta. Agora por onde se passava tinha alguém ou algo modificado, nas ruas principalmente, as pessoas das mais instruídas as mais necessitavam não eram como antes, falam e grafavam tudo de uma forma esporádica. O mal já estava feito. Assim o mundo foi sendo modificado. Os anos iam se passando. Passaram-se muitos. O que se sabe ate esse momento é que o Nome não é o mesmo, quer dizer , nunca foi. Desde o dia da troca de luas , nunca se sabe seu verdadeiro paradeiro e principalmente , de onde vem a fonte incessante de neologismos que tanto se difunde durante os séculos.

Agora estamos em um apartamento de uma grande metrópole, de uma cidade fictícia brasileira, mas poderia ser em qualquer lugar do mundo, pois em toda parte tem pessoas com suas vidas normais, empregos pré estabelecidos, prazos, doenças, dentre outras coisas que ocorrem com qualquer mortal. Durante o dia tem sua vida rotineira normal, como qualquer outra pessoa. Mas durante a noite , quando o sol se esconde e a lua , meio tímida, coberta pelo cinza daquela cidade e as luzes resolvem ilumina o restante do dia surge Ela se revela. Se chama F, a bela F, esse lógico não era seu verdadeiro nome, mas por precaução ela tinha mais três . Provavelmente tinham outros. Quando enfim a calmaria pairava sobre aqueles cômodos e os moveis já utilizados para o devido uso, Ela soltava seus cabelos e num gesto automático, era outra pessoa, porem com a mesma face. Estou aqui para te mostra o verdadeiro caminho da perdição, disse Ela , não entendo, já faz mais de seis meses que nos conhecemos e você nunca me disse seu nome , isso não existe, Você sabe meu nome , Mentira, você sabe que esse não é seu nome. Não sei por que você da tanta importância pra isso, é apenas um nome , estou aqui , isso é o que importa oras, Não me faça de bobo, uma hora ou outra terei que saber qual é seu verdadeiro nome. Pra a infelicidade dele, nunca soube do verdadeiro nome que carregava mulher, mas por um outro lado, o marido dela , também nunca soube do caso e ate hoje dorme com total consciência de dever comprido. Verdade seja dita, o fato se consumiu e se dissolveu em mais um labirinto do anonimato com seus nomes inventados.

A medida que as coisas iam com seus progressos , civilizações, revoluções, as pessoas faziam de tudo para esconderem sua verdadeira face encobertas de tinta ou sobrenomes pitorescos. Talvez seja seja preciso esconder para poder ter um certo prazer no que não tem quando se esta vivendo sua vira , talvez não. Dizem os mais bem informados sobre o caso do paradeiro do verdadeiro Nome , o responsável por toda essa mistura de letras e significados, foi visto em um pequeno Café com algumas revistas e livros, já aparentado uma certa idade, mas com um ar de sabedoria e cansaço. Folheava algumas paginas e rabiscando em seu pequeno caderno de notas. As coisas não eram como antes. Agora tinham computadores e essas coisas de modernidade e praticidade ou somente a pressa de fazer o momento. Após uma pequena pausa, ele olha ao redor. Algo esta para acontecer ele sabe disso. Rapidamente ele arruma suas coisas , deixa sua conta e corre por aqueles ladrinhos . ele corre o mais rápido que pode, mas suas pernas não são como antes, e seu corpo também não. As pessoas passam despercebidas pelo o que esta acontecendo. Nesse exato momento, elas esta com suas camisas preenchidas com frases ao qual remetem a algo que nem elas sabem o que significa, mais uma armadilha que o próprio que esta agora correndo inventou ironias da vida. Ele tenta varias saídas, mas não tem onde se esconder. Estava cercado pelos quatro cantos. Suas ultimas palavras, tem direito a um advogado caso não tenha um. Ele apenas ri com seu sorriso meio amarelado e meio branco como uma simples folha que espera que seja transformada em uma palavra mesmo não sendo verdadeira para uma certa literatura ou simplesmente para um verso de uma pessoa que precise desafogar ou demonstrar suas ideais. Ele apenas sorri desse jeito. Ele , os caras que os cercavam , não entenderam o que estava ocorrendo. Tão rápido foi o disparo que nem deu pra pensar o que teria acontecido com ele. O que se sabe foi que o tiro foi certeiro. Ele apenas olhou para suas mãos , suas eternas companheiras e cúmplices de toda essa bagunça da vida, olhou para o alto e sorriu. Em uma fração de segundos como se um vaga-lume passa Por entre a retina , ele se evaporou. Todos ficaram pasmos, Como ele fez isso, seria mágica, seria humano, ninguém respondeu, mas todos sabiam muito bem a resposta, todos já utilizaram da ajuda ou já foram em algum momento de suas vidas parte dele.

Após isso, veio uma pequena garoa. Foi a deixa para saírem daquele local. somente o silencio sabia para onde ele iria ou estará. Como um fim gera um começo, outros propósitos e conceitos , letras, códigos,diálogos iam sendo criados, pois era um eterno ciclo .

Em um prédio de uma grande cidade, em alguma parte , esta Ele , um jovem com seus vinte e alguns , carro do ano e bens falando ao telefone. Negócios, agora era Ele o herdeiro daquelas significâncias que seu pai deixara apor seu misterioso assassinato, letras negócios, filmes, modelos, negócios, pessoas. Era uma vez um nome.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Cartografia

Quando ela sorriu
A brisa de sempre soprou
Nos seus cabelos me cobriu
E a minha camisa ela jogou
As cores mais quentes nunca sentidas
Sentida, te descabelei

E eu que era segunda
Virei uma quinta de Setembro
Em cada mordida, um segredo
Em cada riso, um verso
Te descobrindo
No seu dia a dia
Desbravando

Você se foi
E eu fui junto
Nos caminhos nos perdemos
Nas trilhas da infinita perdição
Só assim te conhecendo
nas ondas dos teus cabelos
As bandeiras de Setembro

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Esferiográfica ( o pedido)




Adequado
Seria eu falar das mentiras
Inventadas para os outros viverem

Impróprio acho
Uma palavra morrer
No fundo de uma gaveta

Por favor
Se gostas da palavra
Não jogue esta caneta

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O chiado de Maria

Maria chiava sem frescura
Porque lá todo mundo chiava
Mas ela voou para outros lugares
Em busca de alegria.

Aonde chegava todos falavam
De onde veio esse chiado?
Maria sorria e respondia
Mas questionava esse chiar

Eles riam e apontavam
Maria não entendia
Por que falam tanto do seu chiar?
Só porque chiava diferente?

Por um tempo Maria parou de chiar
Mas viu que era bobagem
Pois seu chiar fazia parte dela
E fez canto do seu chiar

Muitos o admiraram
E começaram a falar
Surgiram outros chiados
Pois cada canto chia seu lugar